sábado, 28 de fevereiro de 2009

REELESE SOBRE A REVISTA HISTÓRIA VIVA

A revista História Viva é lançada mensalmente e conta com vários colaboradores, sendo estes, historiadores, geógrafos, antropólogos, sociólogos, filósofos e outros afins, que por meio de pesquisas elaboram belos trabalhos para a contribuição do conteúdo informativo da revista.
É interessante discorrer que todas as matérias mensais da revista são construídas por meio de fatos que ocorreram e que ficaram marcados para a continuação dos fatos históricos, ou seja, as publicações, geralmente obedecem às datas comemorativas do mês, fatos que marcaram o mundo no passado ou que expressaram reações do mundo contemporâneo.
Relato que os escritores da revista, além de trabalharem com as civilizações egípcia, antiga, medieval, moderna e contemporânea, eles procuram ajustar assuntos atuais que sejam de relevância para o leitor da revista.
Neste mês, podemos citar a jornalista Liliana Pinheiro, que graduou-se em jornalismo pela Universidade Metodista e após passou por várias instituições de comunicação e atualmente é editora-chefe da revista História Viva, que escreve sobre “A volta dos blocos e as pesquisas sobre o Carnaval”, relatando que a volta dos blocos às ruas de cidades ditas “não carnavalescas” vem sendo festejada no país como uma libertação de um modelo único de festa, imposto direta ou indiretamente pelo poder público durante muitas décadas do século XX. Os blocos, de fato, tem sido uma via de liberação da folia em cidades em que os “desfiles de escolas de samba”, no vitorioso modelo carioca, parecem soar falso. Interessante notar que o próprio Rio de Janeiro anda vivendo uma multiplicação de manifestações carnavalescas espontâneas, como que a anunciar ao país que também acredita no carnaval para além das subvenções oficiais e das comissões julgadoras.
Dar conta da compreensão desse processo, com a devida contextualização histórica, não é tarefa fácil. São poucas e muito recentes as pesquisas sobre o fenômeno carnavalesco, que há séculos é um ativo cultural brasileiro de primeira grandeza. Quem conta é a professora Zélia Lopes da Silva, que acaba de lançar o livro Os carnavais de rua e dos clubes na cidade de São Paulo – metamorfoses de uma festa (1923-1938), pela editora Unesp. De acordo com ela, as ciências sociais começaram a produzir algo somente na década de 70. Já a história chegou ao tema ainda mais tarde, na década de 80, e ainda assim com uma participação insignificante em relação às outras áreas.
A professora informa, no livro, que o carnaval em São Paulo, a partir de 1930, sofreu alterações radicais, “com a instituição de comissões julgadoras oficiais”, compostas por artistas de formação acadêmica e por representantes do poder público. Também começa aí a adoção do “modelo único” de festa brasileira, que desestimulou as formas mais livres de expressão dos foliões. Ela se refere a São Paulo, objeto de seu estudo, mas a memória das pessoas com mais de 50 anos no Brasil revela uma extensão muito maior do fenômeno, em especial no interior.
Zélia Lopes da Silva conta as formas utilizadas para esse enquadramento da festa. Nos anos 30, além dos concursos oficiais, foram proibidas máscaras em São Paulo. “Essa medida tornava cada vez mais difícil a metamorfose do folião, de sujeito em personagem, o que permitia satirizar tudo e todos, uma vez que o disfarce era um dos elementos em que se apoiavam as transgressões”.
Referência bibliográfica:

Site: www.históriaviva.com.br